segunda-feira, 23 de junho de 2008

Descartáveis

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Outro dia vi na rua um ex-ficante-quase-namorado meu, pelo qual eu era apaixonada. Pelo qual eu chorei, dormi mal e achei que nunca mais na vida iria gostar tanto de alguém quanto gostei dele. O que eu senti? Nada. Bom, nada NADA também não né, só achei que ele tava mais acabadinho (bem feito!hehe!).

Isso me fez lembrar uma palestra que assisti certa vez, sobre psicologia do consumidor. A palestrante falava que, hoje, as relações que temos com as pessoas são tão descartáveis quanto as que temos com produtos. Achei meio forte isso quando ela disse, mas até que faz sentido.

Pense bem, e você certamente vai achar uma das suas várias “relações descartáveis”. Aquela amiga de colégio da qual não se desgrudava, passava cola, fazia os trabalhos de aula, mostrava o seu diário, e hoje nem sabe se ela está viva. Aquela paixão que tirou o seu sono, e hoje você faz força pra lembrar o sobrenome dele. Aquela pessoa querida que você conheceu numa viagem, trocou e-mails e disse “vamos combinar alguma coisa!!”, e só agora que eu estou falando você se lembrou dela. Aquela boneca que você levava pra todos os lados, fingia que dava comidinha, fazia festinhas falsas de aniversário e trocava a roupinha dela, e que hoje está abandonada num canto de algum armário na despensa (tadinha da minha bonequinha Bibi, será que as traças já devoraram ela?? Snif... perdão, Bibi...).

É... é duro pensar que NÓS também somos descartáveis. Nós também somos esquecidas no “fundo do armário”. Também somos deletadas do celular, do MSN, dos corações de muita gente. Nós também nos doamos a pessoas que sequer lembram do nosso nome alguns anos depois.

Ta, não é pra ficar triste. É pra pensar em como não deixar que isso aconteça tão facilmente. É pra lembrar você de ligar praquela sua amiga de infância ou procurá-la no Orkut, e manter ao máximo o contato com as pessoas que você gosta. É pra dar mais uma chance praquela pessoa com quem você se magoou por uma besteira, e tirar do armário a sua “Bibi” ou aquele alguém que não deveria ser esquecido. Vamos reciclar mais?

Um comentário:

Anônimo disse...

Na minha opinião, "ficar" é o mesmo que se auto denominar "descartável", afinal, o "ficar" nada mais é do que usar uma pessoa que te agrada para obter algum tipo de prezer, não existindo necessáriamente um interesse em troca (quando falo troca quero dizer intenção em retribuição ou agradar a outra pessoa).

Ok, com absoluta certeza eu não sou a pessoa mais indicada para comentar este tipo de coisa, porém quanto às mudanças, já escrevi algo que em parte talvez tu concordes (momento jabá), leia: http://matilha.org/artigo/por-que-eu-escolhi-perder.